Foi de carona no “Camaro Amarelo”
e no banco da “Fiorino” que o ritmo arrocha ganhou as rádios brasileiras. Mas o
gêneromusical, hoje
considerado um segmento da música sertaneja, com revelações como Gusttavo Lima,
Israel Novaes e Cristiano Araújo, surgiu na Bahia para reinventar as baladas
românticas tocadas nas serestas, se tornando uma variante acelerada do bolero.
O termo foi criado em meados de
1999 pelo então adolescente, na época com 13 anos, Agenor Apolinário dos Santos
Filho, hoje com 26 anos, conhecido artisticamente como Pablo e ainda
desconhecido no “sul”, como ele mesmo se refere às regiões abaixo do Nordeste.
“Fico feliz que o nome tenha ganhado o Brasil, mas triste pelo fato de os cantores do sul
se passarem como criadores do arrocha”, disse Pablo.
Com a necessidade de acrescentar
novos instrumentos como contrabaixo, guitarra, trombone e trompete aos arranjos
durante as serestas de sua cidade, o baiano de Candeias, a 54 km de Salvador,
acabou mudando até o nome dos encontros. “Quando eu cantava, eu gritava
‘arrooooocha’ para os casais dançarem mais agarradinhos. As pessoas acabaram
dizendo que iam ao arrocha, no lugar de falar que iam à seresta”, afirmou o
cantor.
Ainda segundo o músico,
além de um ritmo diferente do “sul”, já que no Nordeste se dança agarradinho
com dois passos para lá e dois para cá, as letras do arrocha original são
românticas e não usam termos que remetem ao sexo ou com nomes de carros.
Arrocha é um estilo musical que
nasceu na Bahia, onde os músicos misturam seresta, música brega e romântica.
Atualmente, o ritmo vem influenciando os cantores sertanejos e ganham arranjos
mais dançantes. Essa mistura começou com os goianos em 2009 com a música “Não
vou mais chorar” gravada pela dupla sertaneja universitária João Neto e
Frederico, mas antes disso alguns artistas já faziam as músicas trazendo o
ritmo nordestino. Outro grande destaque foi a música “Minha mulher não deixa
não” gravado por Reginho e banda Surpresa, depois gravada por diversos
artistas. Vendo o grande sucesso, cantores de outras regiões resolveram investir
no ritmo arrocha gradativamente, conquistando espaço na mídia e tornando-se
nacionalmente conhecidos com a nova pegada.
Hoje, assim também como o Funk no Rio, o Arrocha já conseguiu mais espaço na mídia e vem ganhando mais adeptos em outras classes sociais principalmente por se tratar de um produto
que vende e que faz muito sucesso.
que vende e que faz muito sucesso.